Olá Amaranta, em primeiro lugar, muito obrigada por participar desta entrevista. Então, vamos começar pelo início. Pode nos contar um pouco sobre como e porque você começou a jogar vôlei? Quando se deu conta de que o voleibol era algo que queria ter como profissão?
Na verdade foi por acaso, uma professora substituta no colégio perguntou se eu queria fazer umas provas onde buscavam pessoas altas e com perfil desportista para entrar na Blume (Centro de Alto Rendimento). eu pensava que eram testes para a equipe de basquete, que era o que eu praticava então. A surpresa foi quando cheguei ali e descobri que os testes eram para o voleibol. Então eu tinha 13 anos, e troquei o basquete e começei a treinar e jogar voleibol.
Qual é a sua opinião sobre o voleibol na Espanha? Como ve o desenolvimento do esporte no seu país?
Nos últimos anos, a liga estava, segundo meu ponto de vista, depois da italiana quanto ao nível. Ha dois anos ou um pouco mais acho que o nível caiu muito, mesmo sendo normal pela questão da crise, acho que não souberam administrar, o voleibol não tem tradição nem importância no país. É um problema de todos, não apenas das instituições.
A Liga espanhola viveu anos de glória, com equipes muito fortes a nível internacional, como Tenerife, Murcia, Ícaro. O que você acha que falta para a Liga Espanhola voltar a ser forte?
Creio que tem que se dar muito mais valor as jogadoras nacionais para fazê-las crescer, para torná-las próximas do público, e que se crie um vínculo forte com os fãs para que se tenha uma boa referência. É muito bom fazer investimentos, e trazer jogadoras extrangeiras, mas também, além disso, acho que tínhamos que defender e dar potencial às nossas jogadoras. Também tem que se concentrar em dar mais infraestruturas e possibilidades as jogadoras (médicos, técnicos, material, etc...)
A Liga espanhola sempre teve a porta aberta para os atletas brasileiros, muitos jogaram e jogão na sua liga. Você mesma jogou com alguns, como Fofão, Walewska, Paolo Coco. O que você acha do Brasil?
O Brasil tem uma cultura de esporte muito diferente da Espanha quanto ao voleibol; as pessoas têm muito mais paixão e se identificam muito mais com as jogadoras. O Brasil tem um nível muito, muito bom, e jogadoras incríveis, por essa razão o Brasil chegou a sua terceira final de Mundial, não é por acaso.
Você jogou dois anos na Itália e agora está na Polônia. Como é a experiência de jogar em outro país? Quais são as dificuldades, mas também quais são os aprendizados?
No início, o começo de tudo foi um pouco estranho, mas depois desse momento e a experiência na Itália, levei muito bem, tanto que se estou em casa (Espanha) por muito dias me sinto até estranha. As dificuldades são relativas, o que custa mais é situar-se no início; o frio, para mim, foi o que mais me marcou, mas nenhum problema. As aprendizagens são sempre muito positivas; nova cultura, nova cidade, aprender lentamente palavras em polonês, etc. No momento, tudo é positivo.
A Espanha está novamente classificada para o Campeonato Europeu. Quais são suas expectativas para a seleção no futuro próximo?
Nunca deixarei de ter aspirações e expectativas, mas acho que o próximo passo é melhorar a nossa posição entre os melhores da Europa. Em seguida, um sonho...ir para as Olimpíadas.
Amaranta, você tem uma "marca", tem twitter, facebook, e uma blog/site (www.amarantafernandez.com). Sempre atende seus fãs com carinho. O quanto importante é para você manter um contato próximo com seus fãs? Fale um pouco da sua marca AM7.
Eu acho que hoje é essencial ter presença na internet, por vários motivos, o primeiro é que se não está na internet, não existe; o segundo motivo é que sou consciente de que tem muitos fãs (embora nós queremos mais) que gostam de acompanhar as jogadoras espanholas, e as redes sociais fazem um trabalho importantíssimo nesses casos, já que assim posso snetir posso sentir o apoio dos fãs. O contato com os fãs é imprescindível já que são eles os que, ao final, fazem do voleibol um esporte maior.
AM7 é minha marca pessoal, que recentemente fizemos através da empresa MSC - Maresme Sport Consulting e que acredito que me identifica muito bem, acho que se queremos um voleibol mais digno, temos que começar a ser um pouco mais profissionais e ter em conta pequenos detalhes.
Na sua opinião, qual é o momento mais memorável de sua carreira até agora?
Na verdade, houve muitos momentos, a nível de equipe, lembro com carinho do primeiro campeonato da Superliga Espanhola, a primeira Copa SM la Reina e a primeira participação na Champions League, a nível pessoal, ter participado do All-Star da Liga Italiana por exemplo. Falando de seleção, o nono lugar no Campeonto Europeu. Embora acredite que o melhor momento está por vir.
Amaranta por Amaranta. Como você se define como atleta e pessoa?
Essa eu deixo para vocês, que entendem mais de voleibol e podem me avaliar mais objetivamente.
RAPIDINHAS:
Ídolo no vôlei - Eu não sou de ter mitos no voleibol
Uso o número 7, porque.. - a verdade é que não sei, é um pouco a tradição, não é por nada em especial, eu também joguei com a 15, prefiro números ímpares, e o 7...quem sabe será nossa nova posição no Campeonato Europeu?...
Uma superstição - Antes tinha muitas, agora já não. gosto de dormir um pouco antes de jogar, assim vou mais tranquila e centrada para a partida
Um lugar - o mar
Um sonho - jogar uma Olimpíada
Muito obrigada Amaranta, por estar sempre a disposição de seus fãs, você faz um bem enorme para o voleibol, não somente dentro das quadras, mas tambéem fora delas, é um exemplo a ser seguido. Obrigada por seu carinho sempre.
(Muchas gracias Amaranta, por estar siempre a disposición de sus fans, haces un enorme bien para il voleibol, no sólo dentro de las canchas de voleibol, però también fuera de ellas, usted es un ejemplo a ser seguido. Gracias por su afecto siempre. Besos, Volei Sem Fronteiras
fotos: cev.lu, plusliga-kobiet.pl, vivovolley.net, facebook da Amaranta
