Confira então um pouco da hitória dessa jogadora que já defendeu a seleção russa em 470 jogos e que no período de 1997 a 2003 faturou praticamente todos os prêmios individuais de melhor atacante nas principais competições mundiais.
Elizaveta, como você começou no vôlei?
Meu pai era um ótimo jogador de voleibol. Ele jogou pela seleção da União Soviética e conquistou uma medalha de bronze no Campeonato Mundial de Paris, em 1956. Ele tem 2,00m de altura e logo ficou claro que eu seria uma menina alta. :) Eu vi meu pai jogar e queria jogar também. Comecei quando tinha 10 anos e gostei desde o início.
Quem te inspirou a jogar vôlei? Quem era seu ídolo no esporte?
Meu pai. Quando era nova, admirava Valentina Ogienko como jogadora.
O que você acha que faltou para a Rússia conquistar a medalha de ouro na final em Sydney 2000?
Ainda é doloroso quando penso sobre, mas acho, também, que Cuba era o melhor time naquele momento e mereceu o ouro.
Qual foi a derrota mais dolorosa? E a vitória mais memorável?
A derrota mais dolorosa foi a final das Olimpíadas de Atenas contra a China. A vitória mais memorável, a semifinal contra o Brasil em Atenas 2004. Foi um milagre. Estávamos perdendo por 1:2 e 19:24 no 4º set. Normalmente, é impossível vencer uma partida dessas...mas nós conseguimos. :)
Durante seus 14 anos de seleção russa, qual foi o maior rival?
É claro, Cuba foi o principal rival, mas China e Brasil também.
Você já sofreu algum tipo de provocação de outras equipes? Ou testemunhou algo assim com suas companheiras de equipe?
Nós nunca tivemos nenhum problema com nenhum outro time, mas foi divertido ver as brigas entre Brasil e Cuba. :)
Foi possível fazer amigos de verdade dentro das quadras? Quem são seus amigos no mundo do voleibol?
Todas minhas melhores amigas são ex-companheiras de time. Minhas melhores amigas são Inessa Korkmaz (Sargsian), Tatiana Gracheva, Natalia Morozova.
Em algum momento pensou em jogar pela seleção da Ucrânia, onde nasceu?
Eu nasci na URSS. Simplesmente aconteceu que, quando eu já estava jogando pela seleção e pelo Uralochka, a União Soviética colapsou. Eu vivi de 1990 até 2004 na Rússia. Minha nacionalidade é russa, e meu idioma original é o russo. Ucrânia/Kiev foi somente onde nasci.
Como foi sua relação com o técnico Nikolay Karpol?
Foi sempre boa. Tão boa quanto poderia ser com uma pessoa tão difícil. Ele é um ótimo professor e um técnico genial.
Em suas viagens ao redor do mundo com a seleção, houve alguma história engraçada que você pode contar pra gente?
Foram muitas histórias engraçadas, mas é difícil lembrar de uma delas. Perdemos conexões de vôos, dormimos no chão do aeroporto em algum lugar em Bangkok ou Taipei, perdemos passaportes. Jogamos o Qualificatório Olímpico da África em 1996 na Nigéria. Essa foi muito engraçada, e assim em diante...muitas histórias engraçadas.
Porque você decidiu se aposentar da seleção russa? Você não teve vontade de retornar em 2008, assim como Artamonova?
Eu me aposentei por causa das minhas lesões. Fiz cirurgia nos dois joelhos somente 3 meses antes das Olimpíadas de Atenas. Não tive tempo suficiente para me recuperar e joguei com muita dor. Decidi então dar um tempo e ficar com minha família. Claro que queria voltar, até porque sabia que ainda podia jogar bem. Estive em Pequim, como espectadora, mas estava grávida de 4 meses. Meu filho tem 2 anos e 3 meses agora, e eu não trocaria ele nunca por nenhuma medalha de ouro.
Daquele time russo espetacular que jogou junto de 1997 até 2004, para você, qual foi a jogadora mais completa?
Artamonova foi a jogadora mais completa dos anos 90, depois este papel foi assumido pela Sokolova.
Você trabalha atualmente para a FIVB (Federação Internacional de Voleibol). Qual é a sua função?
Estou trabalhando no departamento de Tv e Marketing como manager de marketing. Estou tentando mudar nosso querido esporte tornando ele mais atraente para os fãs. Eu tenho carinho pelos jogadores e vamos começar na próxima semana a campanha FIVB Heroes. Os melhores jogadores de voleibol e de vôlei de praia estão participando desta campanha. No dia 16 de Junho, o novo site FIVBheroes.com estará operando. Fiquem ligados!
Como é viver na Suíça?
A Suíça é um país muito bonito. Gosto de morar aqui, mas só estou aqui por causa do meu trabalho.
Elizaveta, você pretende ser técnica um dia ou se envolver mais diretamente com o voleibol?
Estou envolvida com o esporte diariamente por causa do meu trabalho. Joguei na Liga A da Suíça nos últimos 4 anos. Nunca parei de jogar voleibol.
Pra você quem é a melhor jogadora da atualidade?
Ainda é a Sokolova, e a Sheilla do Brasil.
Quais são seus planos para o futuro?
Estou concentrada no meu filho pequeno e no meu trabalho agora. Vou continuar promovendo e desenvolvendo o voleibol por todo o mundo através do meu trabalho.
Você já visitou o Brasil? Quais são suas impressões? Você quer voltar?
Estive no Brasil duas vezes, em 1994 (Campeonato Mundial) e no Grand Prix em 1995. Gostei muito do Rio e definitivamente vou voltar para as Olimpíadas de 2016.
Quais são as equipes favoritas para ganhar o ouro em Londres 2012?
Espero que o time russo consiga, finalmente. Quero que a Sokolova e a Gamova se tornem campeãs olímpicas. Brasil, EUA, Itália, China são sempre favoritos...
Deixe uma mensagem para seus fãs:
Obrigada pelo amor, paixão, lealdade de vocês com um dos melhores esportes do planeta!
Quem quiser saber mais sobre a Tishchenko, ela estará disponível (em inglês) na página do facebook Elizaveta Bracht-TISHCHENKO. Façam parte!
Nós do blog queríamos agradecer primeiramente a Tishchenko por ter aceitado fazer parte desta entrevista, pelo carinho e parabenizá-la pelo grande trabalho feito junto à Federação Internacional. Como fãs, não poderíamos estar mais animados com seu trabalho. Gostaríamos de agradecer também ao nosso querido amigo João Paulo Bueno, fã de voleibol, como nós, e responsável por essa entrevista e reportagem. Muito obrigada a vocês! :) (We would like to thank first of all Tishchenko for accepting participating this interview, for the care and also congratulate her for the work being made together with FIVB. As fans we could not be more thrilled with her work. We would also like to thank our dear friend João Paulo Bueno, fan of volleyball as us, and responsable for this interview and this report. Thank you all!)
Tremenda jogadora! Acho que ela e Valentina Ogienko foram as duas melhores (pelo menos, até agora) russas na posição!
ResponderExcluirOi Cleide! Realmente ela foi uma grande jogadora e uma das melhores atacantes do mundo. Sou muito fã dela e de toda aquela geração: Artamonova, Godina, Tishchenko, Vassilevskaya, Sokolova e Morozova. Elas só tiveram a infelicidade de jogar na mesma época que aquele time espetacular de Cuba.
ResponderExcluiressa jogou muito !!
ResponderExcluirMesmo nao gostando da Russia ele é bem simpatica.
ResponderExcluirSó agora consegui acessar minha conta para postar meus comentários aqui no blog. Antigo problema que a Joana já sabe!! rsrsrsrs
ResponderExcluirBom, preciso deixar público algo que já falei para as meninas. Agradeço muito o espaço que vcs me deram e a grande satisfação de fazer parte de alguma forma desse trabalho que eu admiro há anos. Não sei se foi muita pretensão de minha parte achar que poderia entrevistar uma estrela como Tishchenko, mas em nossas conversas pelo facebook ela foi tão gentil que não pensei duas vezes.Como eu já estava perguntando muitas coisas sobre sua carreira ao longo do batepapo, fiz o convite e ela aceitou na hora. As perguntas foram simples graças a meu inglês "básicão", né Joana!!!! No final, apesar de algumas críticas o saldo foi super positivo e fiquei muito feliz. Espero que todos aqueles que já acompanharam essa grande jogadora tenham sentido sua simpatia e generosidade. Sou seu fã ainda mais Liza. Obrigado Irmãs Mello pelo espaço e carinho. Beijos no S2..... :-)
Oh querido, vc não precisa agradecer nada. A gnt é que agradece seu carinho e seu trabalho...ficou ótimo! :) Bjoooooos
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