quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Evgenya Startseva: "O 13 foi uma escolha de Caprara"

Durante o qualificatório em Cagliari, o site russiavolley.com fez uma série de entrevistas com as jogadoras russas, a começar pela jovem levantadora Startseva, um dos destaques do time esse ano. Vamos colocar aqui as entrevistas assim que possível. A entrevista com a levantadora aconteceu dia 20.


Você aparenta sempre confiante, como se jogasse já a pelo menos 5 anos, não menos. Mas, tirando o torneio Yeltsin-Cup 2010, esse é seu primeiro maior torneio em contato com a seleção....
Na verdade, normalmente fico nervosa. Especialmente no início das partidas. No entanto passa rápido. Eu não sou uma iniciante. Tive minha estréia na seleção ainda com Giovanni Caprara. Apesar que até este ano, quase não joguei uma partida oficial, é verdade.

Você se lembra do seu primeiro jogo pela seleção?
Aconteceu em 2007 na Turquia - o mesmo que agora, num qualificatório para ao Grand Prix. Contra quem nós jogamos exatamente , eu não lembro. Eu era reserva. Na equipe titular, minha primeira vez veio em 2008 - no preparatório para as Olimpíadas de Pequim em Abu Dhabi, quando foi levada a seleção B.

Em uma entrevista, você admitiu que seu ídolo na infância era Ekaterina Gamova, que um dia estudou, em Chelyabinks, no mesmo colégio que você. Como é a alguns anos olhar a Gamova pela tv, mas agora estar perto?
Se você quer muito alguma coisa, você consegue. Claro que quando eu era ainda uma menina não imaginava que um dia eu jogaria na seleção ao lado de nossas estrelas. Mas aos 15 anos, eu percebi que nada é impossível. É necessário somente trabalhar muito duro e estar melhorando constantemente. E aqui estou eu com a Gamova no comando. Sonhos se tornam realidade!

Em 2006, observando como a Gamova vencia as brasileiras na final do campeonato mundial, provavelmente mentalmente já se imaginava na equipe...
Nahh...(risos). Mas eu lembro bem, onde eu assisti a partida. É uma longa história. Meu clube Avtodor-Metar participava de um torneio preparatório em Balakovo. Assim, após o quarto set, tivemos que deixar o hotel. Durante todo o tie-break ligávamos para parentes para nos dizer como estava o jogo. Quando acabou, fizemos a festa dentro do pequeno ônibus.

Quatro anos atrás, nossa levantadora principal era Marina Akulova - mais uma representante do voleibol de Chelyabinks. Como sua cidade natal fornece regularmente meninas para nossa seleção?
Em Chalyabinks tem muitos bons técnicos para crianças. Provavelmente os melhores no país. E a maioria treina por muitos anos no sistema de tempo integral. Não me impressiona que nosso times do colégio de todas as idades conseguia exclusivamente o primeiro lugar. E consequentemente, chegar a seleção.

Qual a maior qualidade que diferencia o atual treinador da seleção Vladimir Kuzyutkin?
Provavelmente, exigência. Para mim não é um problema. Em Chelyabinks também era assim, sempre exigindo total atenção, aprendi a perder a concentração. Quanto aos treinos de Kuzyutkin, são interessantes e diversos. No início gastamos muito tempo com a parte física. Agora na preparação para as partidas damos ênfase na tática.

Você ficou ofendida com o Kuzyutkin quando no último outono ele não te levou para o Campeonato Europeu na Polônia?
Ofendida não. Eu tinha consciência que após o Grand Prix, quando fui a terceira levantadora para Maria Zhadan e Maria Sheshenina, as chances de ir a Polônia eram poucas. Claro que fiquei triste. Você sempre espera pelo melhor. Mas, ao deixar a equipe, eu acreditava muito que voltaria logo.

E não só voltou, mas talvez tenha se tornada a principal descoberta da atual temporada internacional! Qual dos jogos que atuou este ano que te trouxe maior satisfação?
Acredito que o contra a China na Yeltsin Cup. Toda a equipe. A gente gostaria de jogar sempre igual, mas até agora, infelizmente, não funcionou. Mas eu espero de coração que minha melhor partida pela seleção eu não tenho jogado ainda.

Com certeza não jogou. Em uma mês começa o Campeonato Mundial. No entanto, muitos especialistas estão céticos quanto as chances da Rússia ter sucesso neste. Qual resultado você está mirando pessoalmente?
No Japão nós vamos para o ouro. Vamos fazer todos os esforços para provar aos outros que deviam confiar na gente. Mas primeiro seria bom atingir bons resultados aqui em Cagliari. Não é nem por classificar para o Grand Prix do ano que vem. O que é mais importante conseguir é se encher de auto-confiança, fazer os nossos futuros adversários do Campeonato Mundial temer a gente.

Quais são os principais competidores no Campeonato Mundial para a disputa de uma medalha?
Brasil, China, EUA, Cuba e Itália. No entanto, das equipes européias, praticamente todas são perigosas.

Satisfeita com o Campeonato Mundial acontecer no Japão?
Sim, muito. Foi muito prazeroso visitar o país durante o Grand Prix do ano passado. E também, ainda sou fã de sushi (risos).

Quanto ao clube, você saiu do seu nativo Avtodor para o Dinamo Krasnodar esse verão. Porque Krasnodar? Quase todo mundo da seleção recentemente foi distribuído entre Dinamo Moscow e Kazan?
Ninguém do Kazan ou do Moscow me ligou. Em Krasnodar, acho que será uma equipe promissora. Vamos com certeza lutar por medalhas do campeonato russo. Somado a isso teremos um novo treinador Sergey Ovchinnikov, quem eu conheço bem de Chelyabinks.

Você se imagina no futuro jogando fora, como fez Olga Fateeva que recentemente trocou o Zarechie por Perugia?
Eu não sei. Enquanto estou na Rússia tem sido muito bom para mim. Veremos no futuro.


Última pergunta. Porque você decidiu pegar no time o "azarado" número 13?
Bem, porque azarado? Me sinto bem. Peguei esse número com o Caprara. Desde que estive sob seu comando jogo com esse, apesar que já me ofereceram diversas vezes para pegar outro.

fonte: russiavolley.com; foto: volleymaster.ch

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