Gamova: "É impossível se cansar do gosto da vitória"

Eleita "Melhor Atleta de 2010"  também pelo site championat.ru, a oposta russa Gamova deu uma entrevista exlusiva para o site, contanto sobre sua vitória no Japão.

Ekaterina, você conquistou o título de "Melhor Atleta de 2010" pelos leitores do site championat.ru. Nós estamos aqui prestando o nosso sincero parabéns.

Muito obrigada! Estou muito agradecida a todas essa pessoas que votaram em mim. Estou muito feliz, feliz também porque tantos fãs estão voltando sua atenção para o voleibol. Nós conseguimos "sacudir" o público, e atrair a atenção de todos para o nosso esporte! Isso é bom! (risos)

Para você esse prêmio é duplamente satisfatório, considerando que ano passado tivemos os Jogos Olímpicos...(*Jogos Olímpicos de Inverno, tão importante na Rússia quanto as Olímpíadas de Verão)

Com certeza, duplamente satisfatório! Apesar que tivemos uma vantagem porque os Jogos aconteceram no início do ano, e nossa competição foi no final da temporada.

Sua vida mudou de alguma forma, após vencer o campeonato mundial no Japão?

Para ser honesta, nunca mudou. A vida continua, apenas tenho mais um título de campeã mundial, e estou com certeza muito feliz. Mas nada de fundamental mudou, a vida segue, e poucos dias após o campeonato tivemos o início do campeonato na Rússia.

Como você consegue achar motivação para continuar jogando? Porque você não teve férias.

A principal motivação para qualquer atleta é a vitória. Jogamos por isso, é o mais importante.

Após tantos anos sendo uma profissional do esporte, não teve já o suficiente deste sentimento?

Não, você nunca se satisfaz disso (risos). Esse gosto nunca vai morrer, porque a vitória vem do nosso grande esforço, toda vez você tem que se superar.

Mas agora você está sentindo o cansaço acumulado?

Apenas após o Campeonato Mundial, e foi extremamente difícil me encaixar no calendário da nossa liga. Tenho certeza que foi difícil para todas que estavam no time. Acho que agora a situação melhorou. Principalmente para o Dinamo (Kazan), onde jogo. No momento, temos uma pequena vantagem porque não participamos de nenhuma competição européia. Isso permite que nos preparemos melhor para os jogos da Liga. Acho que estamos em uma posição melhor que as outras meninas, e nossa condição a cada dia só melhora.

Após vencer no Japão veio sobre você como uma avalanche uma série de entrevistas na televisão e prêmios. É legal esse reconhecimento pessoal, considerando que o voleibol é um esporte de time?

Isso foi uma grande surpresa para mim, porque, como você corretamente falou, o voleibol é um esporte coletivo. Mas certamente estou muito feliz. Mas também estou feliz que no momento estão comentando muito sobre o voleibol. É ótimo que nossas vitórias tiveram consequências e, quem sabe, agora, nosso esporte tenha mais atenção.

Os seus sentimentos dessa vitória de agora são diferentes do triunfo de 2006?

Não é que são diferentes. São impossíveis de se comparar, porque cada vitória tem sua própria estrada, sua própria história. Cada medalha traz uma emoção especial.

Se não é um segredo, onde suas medalhas estão guardadas?

Em casa (sorri). Claro, em uma caixa especial, que não rolem, em uma pequena estante. Em geral, minhas medalhas estão divididas em duas casas, e em cada uma delas elas têm seu próprio lugar.

O que mais quer Ekaterina Gamova? Considerando que no seu histórico você tem quase tudo possível na carreira profissional no voleibol.

Na carreira profissional, só sonho com uma coisa - o que para a nossa equipe não falta muito tempo, ou seja, o ouro Olímpico.

Antes das Olimpíadas de Londres, ainda falta um ano e meio, mas pode dizer que já agora todos os seus pensamentos são sobre isso?

Nesse momento, meus pensamentos provavelmente não estão neste ponto, porque ainda é muito cedo para se pensar nos Jogos. Para começar, temos que pelo menos conseguir a vaga para as Olimpíadas, é o mais importante agora. Prefiro resolver os problemas à medida que eles aparecem. Talvez, agora, cada uma de nós só pense nisso, simplesmente conseguir a vaga em Londres, com isso então veremos.

Se acontecer de você não ganhar o ouro, o que acontecerá então? Você sentirá que sua carreira não foi bem sucedida, ou que não conquistou tudo que queria?

Não, eu acho que não. Temos muitas outras vitórias, e elas nos custaram muito. Fizemos todo o esforço possível para conquistar cada uma delas. De forma alguma direi que minha carreira não foi um sucesso. Até porque a vida não acaba após isso. Tenho certeza que mesmo nesse caso, estará tudo bem (sorrindo).

O que você está sonhando neste momento?

No momento, só quero voltar ao meu normal, como atleta. Agora, meus pensamentos estão, de alguma forma, conectados com o esporte, não pode ser separado, porque estou neste ambiente e não posso pensar em outra coisa.

Você está estudando jornalismo. Pretende no futuro trabalhar em jornalismo esportivo?

Agora estou de férias, então não consigo pensar exatamente onde vou estar trabalhando. Para começar eu preciso me formar, e, então, começar a fazer planos.

Retornando ao assunto voleibol, não a muito tempo, Vladimir Kuzyutkin disse em uma entrevista que a liga feminina russa não é o campeonato mais forte do mundo. Você concorda?

Com certeza não posso chamá-la de a mais forte do mundo, porque não é. Mas pessoalmente eu acredito que está entre as melhores.

Quais países estão entre os mais fortes nesse sentido?

Eu acredito que depende das jogadoras que participam de um ou outro campeonato. Atualmente temos muitas extrangeiras, e as jogadoras da seleção estão dispersas em diferentes times. Temos 3-4 equipes realmente lutando um com o outro, e lutando muito. Tradicionalmente considerado um dos mais forte é o campeonato feminino italiano. Acho que esse ano não vai ser fraco, e o campeonato turco, já que muitas extrangeiras de alto nível foram para esse país.

Incluindo Liubov Sokolova. Falando nisso, alguma vez você a consultou neste aspecto?

Não. Na verdade, nunca nos aconselhamos sobre onde jogar ou com quem. Este é um assunto privado.

Na sua carreira, você já deu inúmeras entrevistas, falando de você. Nomeie algumas das suas características que o público ainda não conheça, ou que, talvez, estejam enganados.

Eu não consigo em descrever, é provavelmente melhor se perguntar isso para as pessoas próximas a mim. Acho que elas vão saber dizer melhor, porque não conseguimos fazer uma avaliação correta de nós mesmos. Existem, com certeza, algumas das minhas frases que são totalmente desconfiguradas, e que não me traduzem como pessoa. Mas sou cética. Falo a verdade sobre mim e é só isso que posso fazer. E todos sabem que não estou falando da minha vida pessoal, que não vou contar.

Finalmente, deixe um recado para seus fãs e suas companheiras.

Para minhas colegas, desejo, antes de tudo, saúde, porque para nós é o mais importante. Com algumas vou estar jogando ao lado na quadra, com outras nos encontraremos do outro lado da rede, mas tenho certeza que todas iremos jogar uma luta justa. Espero que nossos jogos tenham sempre sido emocionantes para nossos fãs. E para os fãs, quero dizer que precisamos da sua torcida, sempre ficamos felizes ao vê-los nos apoiando. Desejo a vocês saúde, felicidade, sorte, e claro, para a família que sempre nos apoiou e torceu pela gente, que continue sempre com a gente.

fonte: championat.ru, russiavolley.com