domingo, 4 de julho de 2010

Alfabeto da 'Pallavolo' - Christiane Fürst


A revista italiana Pallavolo Supervolley, que tem uma edição por mês, tem como uma de suas matérias de destaque o 'Alfabeto', na qual eles fazem uma espécie de entrevista onde o personagem deve dizer o que lhe vem a cabeça com cada letra do alfabeto. A entrevistada da revista de junho foi a central alemã Christiane Fürst. Como ela falou do Brasil vamos reproduzir aqui. Esperamos que gostem.

A - Antje. Sua irmã mais velha. "Tem 32 anos e desde sempre vive com grandes problemas físicos e psíquicos. Não se dá conta da dimensão espaço-tempo e vive em um lugar especializado que a ajuda. Mas eu sinto que ela fica feliz quando eu volto e ficamos todos os quatro juntos, ainda que só para um lanche". Christiane abre a porta de casa e nós, na ponta dos pés, entramos.

B - Brasil. Uma alemã que ama o Brasil. Nada mais compreensível, já que fez parte do ciclo verde-amarelo nascido em Pesaro. Alí, venceu os primeiros dois Scudettos do Scavolini e trabalhar com Zé Roberto e Vercesi, conviver em campo e vestiário com Mari, Sheilla e Jaqueline contagiou seu modo de viver e pensar. "O Brasil é um país fascinante. Eu gosto do jeito como levam a vida e quando, com a minha seleção, fomos treinar lá, entendi porque todos, no fim, querem voltar".

C - Café. É bom o brasileiro, mas o café italiano, esse só se bebe aqui. "Acabei comprando uma Nespresso. O gosto do café italiano só se encontra aqui e agora não quero menos".

D - Dresden. Essa é a casa. Sua. Mas não a perguntem se é para li que quer voltar. Se firmar não é exatamente no que pensa. "Sou alemã, moro na Itália, mas sou cidadã do mundo. Dresden é a cidade onde nasci e onde mora minha família. É próxima à montanha e também é chamada de 'Elbflorenz', porque lembra um pouco Florença, com o rio (Elb) que divide em duas a cidade. São tantas pequenas igrejas e é muito característica".

E - Estate (verão em italiano). Viveu em Pesaro dois anos, onde "no final de maio já estava calor. O verão me agrada muito e também o mar e o sol, mas também gosto do inverno, quando, com a neve, a paisagem é toda branca e tem um silêncio que encanta".

F - Família. Tradicional, grande, mínima ou com primos e parentes incluídos no pacote. O conceito é personalizável. "A minha família é meu pai, minha mãe e minha irmã. Eles são o meu ponto fixo. Ainda que eu esteja viajando pelo mundo, para viver minha vida, eles estarão sempre ali. Quando é possível meus país me acompanham, sempre de carro. Estavam em Cannes para a final da Champions League. Minha mãe, na faculdade, praticou ginástica e vôlei, meu pai era militar e o esporte é essencial. Nunca fui uma fanática, minha paixão cresceu com o tempo e a primeira verdadeira escolha pelo vôlei fiz quando decidi vir para a Itália".

G - Gelato (sorvete em italiano). Uma paixão. "Como em todas as estações e com todas as temperaturas. Para distinguir aquele que é bom me basta olhar a Stracciatella (flocos). Se tem pedaços de chocolate grandes então está bom. Os meus sabores preferidos são: côco, frutas e obviamente...Flocos".

I - Istanbul. Mais uma. A Turquia esse ano está na moda e até nossa Christiane decidiu ir ver como está no Oriente. Em Istanbul vai reencontra Antonella Del Core, com que jogou na última temporada, e Kasia Skowronska, junto a ela em Pesaro. "A escolha feita há três anos foi a correta. Me encontrei muito bem, mas só assino contratos de um ano. Porque a cada temporada tem uma história. E no próximo ano jogarei no Fenerbahce". A 'campanha' italiana lhe rendeu 2 Scudettos, 1 Champions, 1 Coppa Italia e uma Copa CEV. Nada mal.

k - käfekuchen. (Fürst quis trocar o h pelo k). Também conhecido como Cheesecake. "Gosto de cozinhar tortas e biscoitos. Mas na maioria das vezes faço para os outros". Para maiores informações perguntem às suas companheiras de time.

L - Livros. Ela lê todos os tipos. Dos textos universitários aos romances. "Leio muito. E se eu gosto de um livro e não acho em alemão compro em inglês. Em italiano leio aqueles mais fáceis, ou as revistas, para melhorar a língua".

M - Mar ou Montanha. É um pouco como branco e preto. Quem não ama o cinza apreciará. Christiane pensa assim. "Se devo imaginar o lugar onde irei viver, deve ser perto do mar ou da montanha. O lugar ideal onde firmar-me ainda não encontrei. Tem que ser tranquilo e eu ainda não sou. Mas quando chegar a hora, terá uma das duas características".

N - Nazionale (Seleção). O objetivo é o Mundial no Japão, como para a Itália. Na seleção alemã, joga desde 2003 (desde 99 se incluirmos as categorias menores) e a guiá-la tem um italiano, Guiovanni Guidetti. "Nos últimos anos o time se renovou, o grupo é fantástico. Ficamos bem juntas e para gente é uma honra, ainda que não ganhemos nada na seleção. Minha companheira de quarto? Heike Beier, esse ano no Piacenza".

O - Objetividade. É preciso ser sincero. Para Christiane não foi sempre fácil encontrar as palavras certas para se expressar. Mas quando entende suas idéias, sua abertura para o mundo, que quer continuar a conhecer, te escapa um sorriso. "Escolhi essa palavra, porque para mim a objetividade pode ajudar as pessoas a viverem melhor, a se entenderem e se compreenderem sem pré-julgamentos. Ou seja, abrir a mente".

P - Photo. Se recontar em 21 palavras, esse é o objetivo do 'Alfabeto'. Tem quem leve mais a sério, quem se diverte de A a Z e tem quem diga uma letra e a deixe em suspenso. Basta a letra. E essa é uma dessas situações. "É um segredo entre mim e uma outra pessoa. Posso dizer que é uma coisa que me remete à muita alegria".

Q - Qualidade. Aquilo que encontrou no Foppapedretti Bergamo. Aquilo que se empenha em honrar cada vez que entra em campo. "Nunca encontrei na Europa um time mais profissional que o Bergamo. Foi um pecado não termos vencido mais esse ano. A Champions a tenho partircurlamente, porque era o único troféu que me faltava, mas podíamos conquistar também o campeonato e a copa Itália. Infelizmente, as contusões nos limitaram, sempre faltava alguma coisa e Leo Lo Bianco não jogou como quis".

R - Reunificação. "Durante anos meu país esteve separado, tinha a Alemanha do Leste e a do Oeste. Só depois da queda do Muro de Berlim voltou a ser uma nação unida, mas quarenta e um anos de divisão são ainda sentidos. São divididos os pensamentos das pessoas, especialmente as que hoje tem cinquenta anos. Assim, quem é do leste achará arrogante quem é do oeste e quem cresceu no oeste acha que sem eles o leste não seria nada. Mas eu não penso assim. Eu não nasci no Leste, nasci na Alemanha e gostaria que a reunificação, que foi concluída há vinte anos, fosse real para todo o meu país". Quem dera os livros de história tivessem a mesma eficácia que uma explicação assim.

S - Strudel. Digamos que ela cozinha doces, mas com isso tem alguns problemas. "Não consigo fazer a massa do Strudel como se deve! A zona em que vivo é considerada parte de um triângulo que compreende Bavaria, Áustria e República Tcheca e também a comida se mistura entre as várias culturas. Mas o pão eu gosto só do alemão".

T - Tranquilidade. Se diz que foram a dor e a inquietude que inspiraram as maiores óperas do mundo. E se tudo fosse calmo, e se Dante tivesse coroado os seus sonhos de amor com Beatriz? Certo é que aquela inquietude interior, que serviu de inspiração para muitos, para ela não tem o mesmo efeito. "Preciso de tranquilidade e serenidade para jogar. Se estou relaxada e nada me perturba, consigo dar o máximo de mim, fico mais rápida". E sua mão e seus bloqueios, mais pesados.

U - Universidade. Além de colocar bolas no chão, Christiane é uma estudante universitária. "Estudo história e línguas indoeuropéias e depois do final do campeonato voltei para casa para acompanhar algumas aulas. No próximo ano, espero me formar. Exercitar a mente, para mim, é tão importante quanto o corpo. Inicialmente, queria estudar medicina, mas não fui aceita e fui encaminhada para história, que eu semprei gostei".

V - Viajar. Em Paris esteve pouco, mas ficou fascinada e quer voltar. Nunca foi a Londres e ao sul da Itália. "Eu gosto de viajar pelo mundo, ver outras cidades e não só o aeroporto. Da Itália, me falta Florença e, principalmente, Roma, que para quem estuda história é o máximo. Onde você vai é pleno".

Z - Zé Roberto. O técnico que a quis em Pesaro. "Para mim é o melhor do mundo. Sou honrada de ter trabalhado com ele e sobretudo que tenha sido ele a me querer tanto na Itália. Nos conhecemos na seleção e começamos a falar. Ele tem fascínio e eu gosto da sua mentalidade, seu jogo veloz. Para mim foi muito importante e espero ter ainda a oportunidade de trabalhar com ele novamente".

fonte: revista Pallavolo Supervolley

5 comentários:

  1. sempre gostei dela , e ela é realmente viciada no Brasil !! Vem jogar aqui Fürst !!!!

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  2. Muito inteligente e legal !
    pois é e ela vai trabalhar com o Zé no Fenerbahce desejo realizado !

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  3. A entrevista deve ter sido feita antes do Zé ir proFenerbahce já que obviamente ela, Sokolova etc sabem que ele é o tecnico

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  4. linda linda linda .........

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  5. aiaiai *-*
    ah Fürst é tão fofa e ótima meio de rede!
    Adoro ela ;)

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