quinta-feira, 8 de julho de 2010

Azerivolley.com - Entrevista com Oksana Parkhomenko

Hoje colocaremos para vocês aqui uma entrevista feita pelo site Azerivolley.com com Oksana Parkhomenko em maio de 2010. Oksana foi levantadora titular da equipe do Dinamo Moscow na última temporada, e é capitã da seleção de seu país. Parkhomenko é considerada uma das grandes levantadoras do mundo, por isso vamos conhecer um pouco mais dessa grande estrela do esporte do Azerbaijão. Vale a pena conferir.

Entrevista:

Oksana, vamos começar do início. O que te trouxe para o voleibol?
Para falar a verdade, o voleibol não foi a minha primeira escolha. No início, minha irmã e eu gostávamos de atletismo. Então, um dia, recebemos uma ligação de um parente distante perguntando a minha mãe se nos interessaríamos em tentar jogar voleibol. Como a minha mãe foi já uma jogadora de vôlei antes, ela literalmente nos implorou para experimentarmos e ver se gostaríamos ou não.


Porque você escolheu ser levantadora?
Eu fui eu quem escolhi ser levantadora. Um dia meu primeiro treinador me puxou de lado e me pediu apra mostrar a ele minhas mãos. Quando eu fiz, ele me disse que eu tinha dedos longos e que a partir de então eu iria jogar como levantadora. Claro que eu não fiquei muito feliz com a notícia pois achava na época atacar e bater na bola muito mais empolgante.

Quais são as qualidades que você mais valoriza em um jogador de voleibol?
Eu acho que um jogador de voleibol deve ser agressivo, mas no entanto calculista o suficiente para manter a cabeça fria. Porque uma vez que você deixa a agressividade prevalecer pode facilmente perder o controle da situação e os erros irão acontecer imediatamente.

Você se lembra da sua primeira participação na Seleção do Azerbaijão?
Sim, lembro. Eu era uma novata na época, tinha apenas 14 anos. Estávamos participando de alguns torneios e perdemos nossa levantadora principal. Nosso técnico, Faig Garayev, acreditou em mim e me colocou na equipe titular. Nós lutamos valentemente e ficamos com a segunda colocação do torneio. Eu queria desesperadamente vencer, mas infelizmente não era para ser.

Não foi difícil para você, ainda uma adolescente, e jogar ao lado de grandes jogadoras como Shabovta, Hasanova e outras?
Sim, foi muito difícil e muito intimidador, e senti grande responsabilidade, mas minhas companheiras de seleção estavam sempre lá dispostas a me ajudar.


Em pouco tempo você conseguiu cimentar sua vaga na escalação inicial e tem sido desde então titular a muitos anos. Como você conseguiu fazer isso?
Bem, antes de tudo, trabalhei muito duro e por muito tempo para conseguir ser quem sou hoje. E sendo completamente honesta, naquela época nós nunca tivemos muita competição dentro da equipe, mas com o passar do tempo estou sentindo que o nível de competitividade está aumentando.

Entre todas as jogadoras do time, você foi sempre conhecida pelo seu patriotismo. O que o Azerbaijão significa para você?
Primeiro e mais importante, o Azerbaijão é a minha terra de nascimento e eu amo o meu país. Eu não acho que teria me tornado quem sou hoje se tivesse nascido em outro local. Eu sou muito grata ao meu país e a todos os meus treinadores por me tornar a jogadora que sou hoje.

Como país nós éramos conhecidos por produzir jogadoras de classe mundial como a "Hall da fama" Inna Ryskal, a campeã olímpica Vera Lantratova e outras, mas parece que, recentemente, nós perdemos nosso espaço no voleibol mundial. Como e porque isso aconteceu?
Eu acho que é um processo inevitável e tem haver com a transição de gerações. É um processo longo e doloroso quando jogadoras experientes saem e a geração que chega é ainda muito nova e sem experiência. Acho que é só uma questão de tempo para que conquistamos novamente nosso espaço. Nós todas estamos trabalhando forte para que isso aconteça.

A algum tempo, o Azerbaijão perdeu algumas boas jogadoras que decidiram representar outros países - Victoria Ravva se mudou para a França, Nisa Guliyeva se tornou membra da seleção turca. O que você acha que poderia ter acontecido se elas tivessem optado por permanecer no Azerbaijão?
Para ser honesta, eu não gosto de falar de cenários "e se". O que aconteceu, aconteceu. O voleibol no Azerbaijão não morreu quando as jogadoras saíram, e, na minha opinião, aconteça o que acontecer é tudo para o melhor.


É um fato conhecido que você sofreu uma grave lesão e que essa ainda a atrapalha, mas mesmo assim você ainda é tão ativa quanto sempre foi. Você não acha que está correndo um grande risco aqui?
Lesões são parte inseparável da vida de um atleta. Nos lesionamos, por vezes, mas acabamos por retornar as quadras. É uma situação muito normal para nós.

Mas por causa da sua lesão você parou de sacar viagem...
Eu queria poder fazer isso novamente...mas devido a minha lesão não o posso fazer de forma tão eficaz quanto antes.

Existem algumas jogadoras a fora que mudaram com êxito as suas posições durante as suas carreiras - a ítalo-cubana Taismary Aguero, a polonesa Katarzyna Skowronska. Alguma vez você já pensou em dar um passo semelhante?
Eu realmente gosto de jogar ofensivamente, mas falando francamente eu nunca pensei sobre isso. Mas quem sabe, uma dia talvez eu considere.

Você é destra, mas ao mesmo tempo tem uma técnica muito grande com a mão esquerda. Você teve algum treinamento especial para isso?
Quando eu estava começando a jogar vôlei eu adorava, por nenhum razão em particular, dos ataques com a mão esquerda. Então, me machuquei e por um tempo tive que usar apenas minha mão direita. Alguns anos depois, meu treinador Aleksandr Chervyakov me disse que eu teria que aprender a usar minha mão esquerda novamente e ele, na verdade, me proibiu de usar a mão direita durante os treinos e no meu dia a dia! E acredite em mim que era muito inconveniente. Eu tinha que ficar depois dos treinos e continuar praticando, mas, eventualmente, rendeu os resultados que estávamos procurando.

A posição de levantadora requer muita concentração. Cada atacante tem seu estilo próprio. Com quais jogadoras você mais gosta de jogar?
Eu realmente nunca pensei sobre isso. Mas eu acho que, na verdade, não importa muito quem é sua companheira desde que a gente se conheça bem, mas obviamente leva tempo para nos acostumarmos umas com as outras.


Quem é seu modelo no voleibol?
Eu sempre admirei Irina Kirilova. Ela é uma levantadora magnífica e vem jogando esse jogo a muito tempo e quando ela retornou após um longo tempo parada, ganhou o prêmio de melhor levantadora da final da Champions League! (Champions League 08/09)

Não é segredo que, após a aposentadoria de Shabovta e Hasanova, nós agora temos um sério problema na recepção. Como isso afeta seu jogo?
Certamente afeta a qualidade do nosso jogo, mas afinal o voleibol é um esporte de equipe e tentamos ajudar umas as outras, tanto quanto possível.

Existe alguma combinação de jogada em especial que você goste de fazer?
Eu não acho que tenha alguma jogada combinada favorita; eu simplesmente gosto de jogar o jogo rápido e interessante.

Quais são os momentos mais memoráveis na sua carreira até agora?
Existem muitos momentos inesquecíveis, mas o momento mais importante eu acho que ainda está por vir.

Você tem saudade de Baku?
Eu sinto muita falta de Baku. É minha cidade natal. É a cidade onde estão toda minha família e amigos.

Por quanto tempo você pretende jogar voleibol?
Eu vou jogar voleibol enquanto eu viver! Brincadeira! Se minha saúde permitir eu pretendo jogar pelo menos até que eu tenha 35 anos e, em seguida, vamos ver o que acontece.

Existem algumas pessoas em particular que mais contribuíram para o seu desenvolvimento?
A primeira de todas foi a minha mãe. Porque foi ela que me trouxe ao voleibol. E meu primeiro treinador que me ensinou muito. Eu gostaria de agradecer nosso técnico Faig Garayev por acreditar em mim, Aleksandr Chervyakov, que me moldou como levantadora, Vyacheslav Cherneykin e Vugar Aliyev por todo o trabalho duro deles e todas as meninas com as quais eu já joguei. E por último mas não menos importante sou muito agradecida a todos os fãs de voleibol pela sua eterna e contínua torcida.


Mais uma vez gostaria de agradecer ao meu grande amigo Ilgar, por disponibilizar a entrevista para nós aqui do blog. E parabenizá-lo pelo trabalho que vem fazendo junto ao voleibol do Azerbaijão! (Once again I'd like to thank my great friend Ilgar for sharing with us from the blog his interviews. And congratulate him for the incredible work he has been doing with Azerbaijan's volleyball! :) )

fonte: azerivolley.com

3 comentários:

  1. Joana em q posiçao a Katarzyna skowornska jogava?
    nao sabia q ela tinha mudado de posiçao!

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  2. Skorownska jogou de central até 2005. E fazia muito bem! ;)

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  3. Exato....chegou a jogar pela seleção polonesa como central, e seu primeiro ano na Itália com o Vicenza foi ainda como meio de rede.

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