quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Coluna VSF - A CBV tentou, mas não estragou a festa!

Durante muito tempo me perguntei o porque de o Brasil nunca receber uma etapa do Grand Prix, mesmo tendo vencido tanto nos últimos anos. A seleção brasileira foi uma das protagonistas em praticamente todos os campeonatos organizados pela Federação Internacional nos últimos 15 anos e nem assim tinha o privilégio de organizar um joguinho sequer. A resposta para tal pergunta, na verdade, nunca encontrei. E nunca vou encontrar, a menos que alguém resolva dizer a verdade. Mas teorias não me faltaram.

Será que os jogos nunca aconteciam aqui porque ficamos longe da Europa? Mas até aí a Ásia também fica e todo ano eles tem overdose de voleibol feminino. A distância não é, então, o fator determinante. Seria esse o dinheiro? Acho que foi a resposta mais aceitável que cogitei. O Japão, que ano sim outro também, tem várias etapas do Grand Prix, Campeonato Mundial, Copa do Mundo.. e qualquer outro campeonato relevante, tem o dinheiro que a FIVB procura. Tem mais. Além de patrocinadores, tem estrutura para receber os campeonatos, ginásios de primeiro mundo, transporte para deslocar as seleções com conforto e velocidade. Essa, acho que é uma explicação razoável para a fartura de vôlei no oriente. Mas o enredo é assim no Japão. Será que todos os países que receberam etapas do Grand Prix tem tudo isso? Ou indo além, será que o Brasil deixa a desejar para todos esses países? Acho que não, mas como não conheço prefiro não entrar em detalhes. E mais, acho que já está na hora do Brasil se comparar aos melhores e não se contentar em ser melhor que Vietnã, Tailândia, Filipinas. Nada contra esses países, mas pensando na situação econômica do nosso país e até mesmo no nível que o voleibol atingiu por aqui podemos, e devemos, exigir mais.

Nos últimos dois anos tivemos a chance de receber etapas do Grand Prix, um dos campeonatos mais importantes no calendário do vôlei feminino. Tive a oportunidade de ir aos dois e saio com a certeza de que a CBV não sabe, ou ao menos não faz a menor questão, de fazer do campeonato um evento. Parece que eles não entendem que tem gente no país inteiro esperando por esses momentos, que precisam se programar para ver os jogos.

Depois de muito tempo, uma nova oportunidade e a cidade escolhida para receber as seleções de Porto Rico, Estados Unidos e Alemanha foi o Rio de Janeiro. Parecia uma escolha natural, já que depois de todo dinheiro gasto para os Jogos Pan-americanos, se tem algo que foi bem feito foi o Maracanazinho. O ginásio, claramente, tem totais condições de receber qualquer jogo e a cidade também, ainda que não com a qualidade japonesa, tem transporte até o ginásio, tem hotéis em todos os cantos. Mas isso não basta. No ano passado vi muitas pessoas que vieram de fora, muitas vezes de avião, e que reclamavam não terem podido comprar os ingressos com antecedência e assim fazer uma programação mais precisa levando até à uma economia nos gastos com a viagem. Não bastasse a demora na venda, o que se via no ginásio nem de perto lembrava um país de pessoas civilizadas. Parecia que o lugar marcado valia apenas para o jogo do Brasil. Será que alguém achou que aquele lugar que estava escrito no ingresso, que você mesmo escolheu valia apenas para um dos jogos? Certo que essa falta de educação não é culpa da CBV e sim de cada torcedor que estava ali dentro, mas era responsabilidade dela, enquanto organizadora do evento, manter a ordem em respeito àqueles que mesmo podendo “tirar uma vantagem” não o fizeram em nome da educação e da civilidade. E não digam que essa pessoa não existe, porque eu vi. E não foi uma só. Pode parecer bobagem, afinal se o lugar está vazio que mal tem? O mal é que na maioria das vezes as pessoas mudavam de lugar tendo acesso a cadeiras pelas quais não pagaram. E o pior era quando quem ‘invadia’ as cadeiras alheias eram os voluntários. Sim, aqueles que se dispuseram a ajudar, por isso são VOLUNTÁRIOS, acabado o jogo do Brasil, esqueciam que estavam ali para auxiliar e se sentavam nas cadeiras mais caras do ginásio. Posso estar sendo ranzinza em reclamar disso? Talvez, até porque acho nada seria capaz de estragar a festa e alegria de, finalmente, ver o Grand Prix em solo brasileiro. O fim de semana acabou e as boas lembranças com certeza são muito maiores. Mas o mínimo que eu esperava era que se aprendesse com o que passou. Mas parece que não.

Pouco depois do fim do Grand Prix do ano passado, o Brasil foi novamente confirmado como uma das sedes para o campeonato esse ano. Começaram, então, as especulações sobre qual cidade receberia os jogos e também a torcida para que viessem boas seleções.

Parece que as orações foram ouvidas e Itália, Japão e Coréia seriam os adversários do Brasil na etapa a ser disputada em São Paulo, imaginava-se no ginásio do Ibirapuera. Pouco à pouco as coisas foram mudando. A Coréia não viria mais, em seu lugar enfrentaríamos Taipei e os jogos seriam não mais na capital, mas sim em São Carlos. Em São Carlos?? Deve ter sido a reação da maioria. Sim, em São Carlos. Mais uma vez, nada contra a cidade, que pelo contrário, eu adorei. Uma população das mais simpáticas que eu já conheci e que nada tem a ver com as reclamações que faria à organização da Confederação Brasileira, mas não me parece que seria a primeira cidade que todos pensariam como opção para receber um campeonato desse porte depois de Rio e São Paulo. A menos que tivesse uma estrutura para isso, um ginásio espetacular ou que fosse uma cidade pólo no voleibol. Não, nenhum desses era o caso. Foi lá por questões políticas ou quem sabe pessoais.

Embora vivamos em um país continental, com 27 cidades, que a princípio, teriam mais condições de receber um evento de grande porte do que ‘pequenas’ cidades do interior, acho válida a tentativa de levar vôlei para um público diferente. Mas isso desde que se exija da prefeitura ou do responsável por levar o evento para a cidade as condições mínimas para realizá-lo. Isso não aconteceu em São Carlos.

Os erros do ano passado se repetiram. Mais uma vez os ingressos demoraram a serem vendidos e começaram apenas pela Internet e em lojas das grandes capitais. Em São Carlos que é bom, nada. O que mostra que nem a CBV esperava que o público fosse majoritariamente local. Logo, se você faz um evento sabendo que as pessoas terão que viajar, terão que se hospedar em algum lugar, não dá para fazer com certa antecedência? Tem muita gente que não queria comprar passagem, pagar o hotel sem nem mesmo saber quanto teria que pagar nos ingressos ou mesmo se conseguiria comprá-los. Bem, esse foi o primeiro problema.

Começa a venda e mais uma surpresa. Mapa de assentos disponíveis e os consumidores tem duas opções: cadeiras ou arquibancada. Sem esquecer, é claro, que metade do ginásio encontrava-se indisponível, pois estava reservado para o Banco do Brasil, como de costume. Sim, estava ali, claramente desenhado, que a parte do ginásio de frente para a transmissão da TV não estava sendo vendida, sendo assim, cabia a nós, consumidores ‘normais’, chegar ao ginásio e escolher um dos assentos nas laterais ou atrás dos bancos. Nenhum problema, estavam todos cientes, ao analisar o mapa de assentos, que não poderiam sentar em qualquer lugar, já que parte do espaço estava reservado ao banco patrocinador.

Cheguei na cidade na terça-feira e conheci pessoas envolvidas em diversos setores da organização. Do dono da academia onde as jogadoras treinaram ao segurança do ginásio, todos muito solícitos.

Na quarta-feira ainda estavam recrutando voluntários, não sei se é normal que isso aconteça dois dias antes do evento começar, mas qualquer coisa damos um jeitinho, não é?

Foi o primeiro dia em que fui ao ginásio e devo confessar que a minha impressão não foi muito boa. Um lugar escuro, frio e com aspecto meio sujo (talvez até pela falta de iluminação). Estava difícil acreditar que o local passou por reforma recentemente. Enfim, foi apenas o primeiro dia.

Infelizmente a impressão não mudou ao longo da semana. Os preparativos continuavam em andamento e finalmente chegamos à sexta-feira. Dia que, tenho certeza, muitos esperaram durante meses. Portões programados para abrir às 7:20 da manhã, duas horas antes do evento começar, como previsto no ingresso. Mas era óbvio que isso não aconteceria. O público na fila congelava, juro que nunca senti tanto frio antes. O bom senso diria para agilizarem tudo para que os portões pudessem ser abertos o mais rápido possível para os torcedores poderem entrar no ginásio, escolherem seus lugares e se protegerem do frio, enquanto esperavam a festa começar.


Nada disso aconteceu. Não sei se faltou alguém com bom senso, alguém que soubesse qual decisão tomar ou se eles já sabiam que a vida do torcedor não seria tão agradável assim dentro do ginásio. Não digo isso porque não sabiam como fazer a leitura do ingresso, porque na verdade estava apenas começando e eles ainda não estavam treinados. Desagradável foi entrar no ginásio e perceber que o frio não passou. Foi ver a Mari correndo pra se aquecer mostrando para as companheiras que se elas dessem uma baforada saía fumaçinha, como nas ruas no inverno italiano. Foi ver a Dani Lins pedindo uma luva para proteger as mãos. Foi a vergonha de trazer o Japão ao Brasil e fazê-las ficarem agasalhadas com cobertores no banco. Ei, estamos no Brasil! Com certeza o frio no ginásio era ruim para o público e péssimo para as jogadoras. Mas o desrespeito com o torcedor foi muito além. Lembra da divisão de assentos? Metade para o Banco do Brasil, metade para os mortais? Parece que a organização esqueceu. Ao entrar no ginásio descobrimos que o mapa de assentos que usaram para nos vender os ingressos não valia mais. A organização tinha mudado de idéia. Eu, que antes só poderia sentar nas laterais e atrás dos bancos de reserva, agora era obrigada a me sentar no meio vestida de ‘Banco do Brasil’.

- Mas e se eu quiser sentar no lugar que acreditava ser meu por direito quando fiz a compra e programei minha viagem?

- Sinto muito, mas para sua segurança apenas essas cadeiras estão liberadas. O restante só quando eu decidir.

- Para minha segurança você está me dizendo que não posso entrar no ginásio com antecedência e escolher o meu lugar entre aqueles que você, organizador do evento, me disse que estaria disponível?

- Não, seu ingresso não tem lugar marcado.

- Exatamente, está escrito cadeira, logo ele me dá direito a sentar em qualquer lugar que você vendeu como cadeira, assim como para quem comprou na arquibancada e não quer sentar no teto do ginásio estando todo o resto do anel vazio.

- É para sua segurança.

A sim, liberar as grades e todo mundo sair correndo é muito seguro!

Para meu espanto a situação se repetiu nos três dias. Ou você brigava, chamava um responsável de verdade ou era obrigado a esperar a decisão dos seguranças em liberar o espaço pelo qual você pagou. Para não falar na área VIP que eles inventaram em parte das cadeiras.



Toda essa situação me faz refletir sobre o que eles acham dos torcedores. Será que nenhum esporte no Brasil vai conseguir enxergar seu público como consumidor? Será que nunca vamos entender que tratar bem público também faz parte do sucesso do evento? Não adianta ter uma quadra boa, bons vestiários (que não sei nem se era o caso), se quem saiu de casa cedo para se divertir não tem um bom lugar para sentar e pior não tem nem onde comer. Não sei como era na parte das arquibancadas, mas nas cadeiras não havia nenhuma opção para alimentação. Nenhum bar ou lanchonete sequer. Beber água para que? Um jogo às 9:30 da manhã, outro uma da tarde, não dá nem tempo de sentir fome. Você poderia sair e tentar se virar nas opções improvisadas que tinham no descampado em frente ao ginásio, mas para voltar só na hora que eles quisessem. E nem tente entrar com alguma bebida.

Parece que a CBV estava fazendo de tudo para o evento ser uma experiência traumática para todos que foram até o Milton Olaio Filho. Se era esse o objetivo, acho que eles não conseguiram. Porque, mesmo mal tratado, o público se comportou de maneira exemplar. Respeitou as quatro seleções, brincou, se divertiu. Os times também foram muito simpáticos, pudemos ver bons jogos, grandes jogadoras em ação. E, assim como aconteceu no ano passado, a festa valeu à pena. As boas lembranças serão muito maiores. Mas não é por isso que não devemos reclamar.


O Brasil merece o direito de receber esses grandes eventos, mas tem também obrigações quando assume a responsabilidade de fazê-los. Não podemos contar apenas com o espírito alegre do brasileiro para as coisas acontecerem. O público deve, no mínimo, ser tratado com respeito. Dizem que o cliente tem sempre razão, mas isso não parece valer para a Confederação Brasileira de Voleibol.

fotos: fivb.com

11 comentários:

  1. Parabéns bela matéria... realmente é uma pena ver o nível de organização que se tem aqui no Brasil, falo isso em todas as áreas, o famoso "jeitinho brasileiro" sempre prevalece...

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  2. Belo artigo. Apesar de ter evoluído muito nos últimos anos, o vôlei ainda está longe de ser explorado em todo seu potencial. Basta ver a dificuldade que é comprar uma camisa de Unilever ou Osasco, por exemplo.

    O mais triste é que esta é uma realidade do esporte do Brasil como um todo. Sim, do Brasil, aquele mesmo país que estará sediando uma Olimpíada daqui a seis anos.

    Carol Canossa (www.saidaderede.wordpress.com)

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  3. Muito Bom, se ninguém reclamar não muda mesmo, foi assim lá e infelizmente deve continuar assim durante muito tempo. Alem de a organização ter sido horrível o problema está nas pessoas que por serem sempre tratadas de forma desrespeitosas acham natural o que jamais poderia ser.

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  4. Olha vcs passaram exatamente o que eu e meus amigos passamos aqui em Brasil qdo a seleção masculina jogou aqui contra a Holando.. ou seja pra comprar ingressos com cadeiras numeradas se eles não respeitam isso... nos fazem de trouxa e ainda por cima querem q saiamos satisfeitos com a desorganização deles... isso é coisa de Brasil.

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  5. Concordo com em alguns pontos, mas discordo em outros!
    Quando fui voluntária na liga mundial no Ibirapuera(primeiro evento que eles recrutaram voluntários), após o início da partida, deram camisetas do banco do brasil e pediram pra sentarmos nos lugares vazios pra que desse a impressão que tinha mais gente no ginásio, principalmente onde estava a bandeira do esposte espetacular, então sentamos nos lugares vagos! Claro que algumas pessoas se aproveitaram e foram sentar perto da tribuna! No final do jogo, resolvi ir pro outro lado do ginásio, estava no telefone e SEM QUERER.. entrei na tribuna de honra, onde estava Giba, Fernanda Venturini e outras pessoas importantes no mundo do voleibol! O segurança não olhou minha credencial para ver o que eu era e me deixou entrar! Enfim, mas não estava lá trabalhando e só passei para chegar ao outro lado!

    Fui no GP do Rio de Janeiro! Achei que os voluntários não estavam ligando mto pras pessoas! Minha amiga q comprou uma cadeira bem acima da minha, desceu (tinha segurança que não deveria deixar ela descer) e ficou junto comigo bem pertinho da quadra! Os ingressos comprei e não tive problemas! Não fui ver os jogos em São Carlos, mas imagino que muitas pessoas tiveram dificuldades de encontrar hoteis pra ficar, já que a cidade é pequena! No Rio de Janeiro era mais fácil, já que a cidade tem vários hoteis! O Maracanazinho é o único ginásio climatizado do Brasil, então é FATO que em qualquer outro ginásio dependendo da temperatura, irá dificultar o andamento dos jogos! Quando disseram que o ibirapuera estaria em reforma durante a época do GP, pensei que mudariam pro ginásio de São Bernardo ou até mesmo o Barueri!

    Enfim, são coisas que acontecem aqui de forma MUITO maior do que em outros países, pois a maior parte dos ginásios da Europa e Asia são climatizados, os assentos são confortáveis e a segurança do local funciona!

    O Brasil precisa aprender muito antes de sediar a Copa Do Mundo e as Olimpíadas!!

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  6. Em Brasília, no jogo Brasil X Holanda, venderam para nós 5 cadeiras numeradas e, quando procuramos, vimos apenas os números desenhados no chão de uma escada. Isso mesmo! Cobraram caro para cadeiras numeradas inexistentes. Estamos pensando se vamos ou não entrar na Justiça contra a CBV e o site tickets4fun.

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  7. Obrigada a todos pelos elogios.. infelizmente pelo visto muitas pessoas se identificam com os problemas que passamos.. o que mostra que nao foi um caso isolado e sim uma pratica recorrente da CBV...

    Nagela e Rodrigo.. vcs que tiveram problemas na liga mundial, pelo que parece no msm jogo... como a Joyce disse.. acho q vcs devem lutar pelos seus direitos sim.. talvez assim, sentido no bolso, a CBV mude de atitude...

    eu nao me lembre de ter tido problemas na liga.. ate pq com um jogo por dia fica mais facil... mas se vcs tiveram problemas com os ingressos acho q devem fazer algo sim.. q a medida seja entrar na Justiça... ate pq ela ta ai pra isso mesmo..

    quanto aos voluntarios Deh.. eu entendo q algumas vezes eles recebam a 'autorizacao' para sentar.. para 'parar' de trabalhar.. mas acho q deve ter alguem ganhando bem na area de marketing da cbv e do banco do brasil para divulgar os jogos garantindo q eles fiquem lotados.. se tem alguma cadeira vazia, especialmente nos jogos do masculino, é porque nao vendem todos os ingressos...

    Destinar metade dos assentos a convidados e achar q todos vao me parece bem inocente.. ainda que eles acreditado nisso algum dia, ja tivemos experiencias suficientes para que mudassem de ideia...

    mas de todos os erros, que sao igualmente inaceitaveis, o que mais me assusta é o fato de nao ter um estabelecimento para as pessoas comerem e beberem. Será que ninguem, em momento algum, durante o processo de escolha e de vistorias do ginasio, lembrou que estava faltando um bar? ninguem pensou.. ih onde será que esse povo todo vai comer?

    enfim.. nao fizemos a coluna só pra reclamar.. o intuito era mostrar as pessoas que nao ficamos felizes com o descaso da cbv... e tentar estimular as pessoas a lutarem pelos seus direitos..
    tomara q no futuro as coisas melhores para a gente...
    e mais uma vez.. obrigada...

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  8. Mariana,

    concordo em todos os pontos ditos na matéria, aliás belas palavras pra demonstrar com educação tudo o que existe nos bastidores, tudo o que não aparece ao vivo na televisão. Eu acompanho volei desde 1998, tanto feminino quanto masculino e esse problema de assentos existe desde o início. Lembro-me com clareza quantas e quantas vezes fui assistir aos jogos e voce era obrigado a pegar a camiseta e sentar no lugar que eles "mandavam", cheguei a devolver as camisetas já que eu me sentia mais a vontade assistindo a partida de onde eu queria, mas muitas vezes em vão... ai acontece como vc mesmo falou, depois de um tempo eles abrem a "porteira" e todo mundo sai correndo...
    Assisti as finais da superliga, tanto feminina quanto masculina, e ao menos nesses dois eu vi um "empenho" dos organizadores quanto aos acentos numerados... vi sim muita gente discutindo, brigando, coisas que infelizmente não poderiam acontecer... mas acho que foi dado o primeiro passo. Quando comprei ingressos pra assistir o GP de São Carlos, ainda perguntei se os ingressos eram numerados com acentos e tal... e nada me foi informado. Quando cheguei na quinta feira na cidade, fui retirar os ingressos e a atendente me informou que os assentos eram livres, distinguindo-se somente a arquibancada das cadeiras... Pois bem... ai acontece tudo o que comentou na materia acima... de ficarem mandando vc sentar aqui ou ali... e eu discuti com um segurança que acabou chamando uma organizadora da CBV, por sinal muito educada, me pediu dois minutos e em seguida me colocou no lugar onde eu queria assistir... isso nos 3 jogos... ai eu me pergunto, que exclusividade eu tenho se paguei o mesmo valor que os outros ??? Por isso falta organização, até entendo que os patrocinadores tenham um espaço no ginasio pra convidados e talz... mas o que fazer com as pessoas que sao apaixonadas pelo volei, que viajam centenas de quilometros pra acompanhar e a hora que entra dentro do ginasio, fica nos piores lugares... e acreditem, isso não e so la nao... é em Osasco, em São Caetano, no Rio... no Sesi... enfim... quase que a totalidade de equipes...
    Ai vc vai conversar e falam: Mas vc nao pagou nada pra entrar, é de graça.... e vc vai responder o q ? Eu preferiria que cobrassem mesmo que um valor simbólico, pra que possamos reclamar nossos direitos... ir atras das pessoas responsáveis pra cobrar um pouco de dignidade com os torcedores, ficam lá ouvindo pelo "rádio" dos seguranças tudo acontecendo e não dão a mínima...
    Ainda acompanho o volei pq realmente adoro muito, mas ja deixei de acompanhar outros esportes por essa falta de organização. Sinceramente não sei o que vai acontecer com a Copa do Mundo e as Olimpiadas aqui no Brasil, acho infelizmente que será uma lástima. Sim, é isso mesmo, pq esse tipo de atitude, de organização tem que vir dos organizadores, não esperar chover críticas pra tomar alguma posição... Convido a todos os organizadores de eventos grandiosos como este, a pelo menos um dia, chegar cedo num ginasio, semi-final da superliga por exemplo, e adentrar sem ter algum tipo de problema... mas tem q ser de cara limpa... podiamos começar com o presidente da CBV, FPV, COB...
    Acho que ta na hora desse povo acordar...
    Quanto a lanchonete no ginasio em São Carlos / SP, nem preciso comentar nada... nada mesmo... não sei como a FIVB ainda libera esse tipo de evento aqui...
    É isso...

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  9. To me sentindo justiçada, parece que vcs ouviram tudo o que eu disse lá!!! Eu e uns amigos saimos de Cuiabá-MT pegamos 1 avião as 6 da manha e só consegui chegar a cidade as 18 horas, hospedei em um hotel aonde tambem tinha um pessoal que veio do Rio e de São Paulo, qdo com muito custo, num frio miserável conseguimos entrar no ginásio, eu e o meu pessoal não podiamos sentar aonde queriamos, discutimos com a organização, os seguranças foram estupidos, pois não podiamos passar, para nossa segurança.. rsrsrs, mas incrível, la aonde queriamos irmos sentar estavam as mesmas meninas que estavam no hotel, que vieram do Rio e de Sampa, perguntei: porque elas podem e nós não? acredite eles me responderam que elas tinham o melhor ingresso, ai eu dei risada.. rsrsrs disse: Não sei se o senhor sabe, mas são 2 tipos de ingressos, arquibancada e cadeira, como o senhor pode ver o meu tambem é cadeira, e quando eu comprei, não existia previlegios pra uns e pra outros, se elas podem, eu tambem posso, afinal, pagamos o mesmo preço,e elas não são melhores do que nós!Eles justificaram que elas conheciam alguem da segurança por isso entraram! Fui ofendida pelo segurança, que disse para nós pararmos de bagunça, com muito custo e protesto, conseguimos entrar para sentar no local que gostariamos, daquele jeito, correria e empurra empurra, em cima da hora do jogo. Isso foi os 3 dias, a mesma baderna,e as mesmas pessoas com previlégios, que nimguem conseguia entender, a mesma bagunça, as mesmas ofensas, falta de respeito com o torcedor, e fiquei sem poder assistir ao inicio do evento os 3 dias, eu e meu pessoal, voltei indiguinada, tanto com a organização, quanto ao despreparo da CBV, organizar o evento em um local frio, com cadeiras de cimento, e sem a menor estrutura para organizar um evento de alto nível!! Aqui em minha cidade, é referencia em organização, pois fomos muito elogiados quando sediamos a Copa América de Volei e Basquete e tambem 1 etapa da liga mundial, nada contra São Carlos, mas a estrutura estava muito longe do ideal, e sem condiçoes pra sediar um evento de tamanha grandeza. Parabens pelo post do blog, me senti feita a justiça e ouvida.

    Daiany Arcanjo
    daiarcanjo@yahoo.com.br

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  10. Bem.. Rodrigo.. acho q tivemos "sorte" de falar com a mesma pessoa...
    no primeiro dia nao tivemos problemas..pq como fomos as primeiras a entrar no ginasio eles nao sabiam bem o q fazer e a passagem ainda estava livre... sentamos atras do banco e apenas um segurança veio falar para nao vestirmos a blusa do banco do brasil, q entregavam na entrada, ali onde estavamos...
    no segundo dia já estava fechado e ficamos brigando com os seguranças ignorantes até q abriram umpouco.. foi aquela correria, mas acabamos sentando onde queriamos.. logo depois umas outras pessoas q conheciamos tiveram problemas para passar e tbm foram agredidas por um seguranca...
    no domingo.. q acho q foi o dia mais complicado por ser o jgo com a Italia.. tivemos a sorte de ter uma advogada com a gente e acabamos conseguindo falar com uma mulher, que parecia mandar mais q os seguranças, que nos colocou onde queriamos.. mas me faço a mesma pergunta q vc se fez Rodrigo.. pq pudemos sentar ali, como se tivessem fazendo um favor pra gente, e todos os outros q pagaram nao? Nao tem explicacao... eu ainda nao me conformei com a area vip q criaram ali atras dos bancos, pq no sabado eles descobriram que os parentes das jogadoras nao tinham onde ficar.. sinto muito .. pensassem nisso antes...

    DAiany vc estava no hotel Parisi? Pq talvez essas cariocas de quem vc fala sejamos nós e te afirmo nao tínhamos ingresso privilegiado tão pouco conhecíamos alguem da segurança..

    to vendo q a bagunça foi maior do que eu imaginava...

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  11. Cara colega Mariana, eu não me hospedei no Parisi, eu me hospedei no Graúnas, q era bem proximo ao ginásio, e acredite, os 3 dias fomos uns dos primeiros a chegar, e assim como vc, no primeiro dia não deu tanto trabalho para sentar no setor onde eu queria, mas nos outros 2 dias.... E acredite, a bagunça foi grande mesmo, nem contei tudo que aconteceu, pra não dar problema depois.

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