Em Montreux, Gamova nega que deixará a seleção

A russa Ekaterina Gamova passou a semana em Montreux para observar o trabalho e o desenvolvimento das suas companheiras mais jovens, e não tinha como não ser notada. Depois de uma longa temporada no Fenerbahçe, Ekaterina estava de férias, mas às vozes que diziam que ela estaria fora da seleção, o martelo russo responde com um sorriso: "Hoje estou aqui só como turista, mas não se preocupem que voltarei em breve para a seleção. Não é verdade que sairei."

Uma temporada cansativa, na qual viveu a primeira experiência no exterior, antes da decisão tomada há algumas semanas de voltar ao seu país: "A experiência na Turquia foi incrível sob vários aspectos e ainda me apresentou um mundo completamente novo. Escolhi esse caminho para crescer e ganhar experiência, em um contexto diferente, mas também me dei conta, com o tempo, que sentia muita falta de outros aspectos da minha vida, como a minha família e meus amigos. Por isso decidi voltar à Rússia."


Voltando à sua temporada em Istanbul, como você avalia o ano como um todo?

"Éramos um time realmente forte, competitivo. Acredito, que no final, fizemos aquilo que esperavam da gente, competir de fato por todos os troféus possíveis. Faltou a vitória na Champions, mas tivemos chances. Nessas situações são poucos os detalhes que separam a vitória da derrota."

Falando do presente, qual é a sua impressão do trabalho feito até aqui o Montreux?

"Nesse momento, estamos no iníco da temporada de seleções, temporada que será muito longa. Muitos times se apresentaram com novidades ou com elencos remanejados, com o primeiro objetivo não de vencer, mas de testar algumas atletas em determinadas situações. Acredito que os valores estão escondidos e que isso foi intencional. Por outro lado, não conta vencer agora e sim nas próximas competições."

Olhando o caso da Rússia, que impressão suas companheiras deixaram?

"São meninas jovens, em alguns casos muito jovens. O pontencial do time é elevado, tenho certeza que estamos formando atletas de grande valor. Mas certo é que é preciso trabalhar e essa foi a primeira oportunidade para ver onde e como intervir para melhorar."

A essa Rússia falta rodagem e experiência... e com certeza falta também Ekaterina Gamova

"Não faço falta, na verdade, a esse time. Certo, quando eu estiver em campo darei minha contribuição e espero que seja importante, mas estamos falando de um esporte coletivo e antes de um valor singular vem outros valores, como o espírito de equipe e a unidade. Esses serão os aspectos sob os quais trabalhará o time e trabalharei também eu, quando entrar no grupo, esses são os valores sob os quais se deve intervir para se crescer como time, porque não acho que exista jogador no mundo capaz de mudar, sozinho, um time."

Olhando para a frente, como você avalia as chances da Rússia no Mundial de novembro?

"Sinceramente, não estou habituada a olhar tão a frente no tempo, também porque no meio acontecerão tantas coisas. Porém, acredito que é importante que nós da Rússia entremos em campo lembrando que somos os atuais campeões do Mundo. Por isso não podemos permitir outra coisa que não a vontade de chegar o mais alto possível, ainda que enfrentemos em nosso caminho adversários de grande valor. Vencer de novo? Bem, seria fantástico, mas não será fácil."

Quem serão, na sua opinião, os adversários mais difíceis?

"Todos (risos). Estamos falando de um Mundial, uma competição onde de verdade não podemos fazer qualquer tipo de conta. Depois, para vencer é preciso bater todos, não?"

fonte: Entrevista feita pelo jornalista e amigo italiano Giuseppe Maddaluno ao site volleyball.it